Em nossa complexidade, sonhamos uma vida com propósito, repleta de boas experiências e tendo as necessidades vitais básicas plenamente atendidas.
A vivência, entretanto, demonstra que não é bem assim. Convivemos habitualmente com o stress. Do trânsito caótico e contas para pagar até a postura “mais” correta a ser adotada em relacionamentos profissionais, familiares e amorosos, cujos limites, impostos ou naturalmente colocados, nos levam a repensar o nível de controle que temos sobre as situações que a vida nos apresenta.
Nesse turbilhão de eventos, podemos perder mais qualidade de vida se não tratarmos adequadamente os transtornos da sexualidade. Perceber e desmistificar o papel da sexualidade, colocando o imaginário popular de lado, nos enriquece na medida em que nos concentramos em soluções que ampliam o repertório de comportamento sexual, ou seja, a repetição de comportamento sexual.
A sexualidade, durante muito tempo foi entendida como um “baixo instinto” que deveria ser combatido, sendo tolerado pela moral religiosa apenas como um mal necessário para a procriação.
Mas o conhecimento evoluiu e hoje em dia é sabido que ela faz parte de nossa natureza, sendo indissociável à nossa estrutura mental, possuindo reflexos sociais importantes, devendo ser compreendida e estimulada de modo a favorecer a qualidade de vida.
Quando a dificuldade para o orgasmo se torna um problema constante, encarar esse fato com seriedade, lembrando que não se trata de um “baixo instinto” a ser evitado, favorece a busca de alternativas que trabalhem o problema, visando preencher nossas necessidades com cuidado e compreensão.
Para a investigação das causas que levam o indivíduo a não ter orgasmo, uma abordagem multiprofissional é a mais adequada. As de origem psíquica necessitam de psicoterapia e as de origem física necessitam de outros profissionais da saúde, como o urologista ou ginecologista.
A terapia sexual trabalha a clareza na comunicação e busca desvendar os motivos que levam o paciente a inibir seu desejo sexual, apresentando métodos que auxiliem a superação do transtorno.
Diante disso, fatores que levam a pessoa a não gozar, como stress, ansiedade, medo, insegurança, falta de confiança no(a) parceiro(a), educação sexual rígida e repressora, falta de diálogo, baixa autoestima, dentre outros, são esmiuçadas com foco nas possíveis soluções.
O sonho compartilhado cria complexidades individuais mais ricas. Nesse sentido, é bom o caminho do casal que luta para vencer os transtornos sexuais que os impede de compartilhar momentos de prazer, fantasia, carícias e toques. Se permitir vivenciar a sexualidade é se permitir ser feliz.